Fanfiction original(?): Contos de Zephyr

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012 | Published in | 0 comentários

Bom... Aqui está algo que trarei de tempos em tempos. Claro... Os conhecedores de animes/jogos de RPG vão se identificar mais facilmente/ter mais paciência com o universo da série


                                                  Prólogo: De Zephyr até Alufina atual

    O mundo de Alufina tinha duas divindades que mantinham a ordem e harmonia do planeta. Esses seres foram criados por Zephyr, que também deu origem a Alufina. Nada se sabe sobre a história desse mundo antes da existência de Zephyr, e nem mesmo quem, ou o que ele era. Apenas que era um Elemental do Vento; alguém que ficou conhecido por aqueles que o viram por ter um poder mágico estrondoso, capaz de destruir suas criações e a própria Alufina facilmente.

                                                
    Primeiramente, Zephyr deu origem a Elicia, a deusa da luz e da harmonia, e Daikage, o mediador dos corruptos e criador do caos. Após o surgimento dos Deuses, todas as outras formas de vida foram surgindo no planeta.
    Entretanto, Daikage era ambicioso, e queria tomar posse de Alufina. Mas Zephyr pregava desde o início que deveria haver liberdade para as pessoas, e não um deus centralizar o poder e pregar uma ditadura. Os Deuses deveriam julgar, e não governar. Elicia, que concordava com cada ensinamento deixado pelo deus maior, travou uma luta de poucos anos com aquele que começara a ser taxado pelos cidadãos do planeta de “ser das trevas”.
    Num ato de heroísmo, Elicia derrotou e selou Daikage e seus onze generais que o acompanhavam no santuário localizado na área mais funda do oceano Abissal, inacessível para qualquer mortal e até mesmo criaturas com forte poder mágico. Os generais foram então postos num estado criogênico, e seu mestre perdera todo o poder mágico, e caiu num sono profundo.
    Mas essa ação exigiu de Elicia um sacrifício: assim como Daikage, ela ficou fraca e precisou descansar, para repor as energias e despertar num dia que sua intervenção fosse necessária. Assim, ela permaneceu dormindo na árvore Gaia, localizada na vila Haven, no extremo sul de Alufina.
    Algumas centenas de anos se passaram e as “raças” mais abundantes em Alufina ficaram evidentes: a maioria esmagadora de humanos, seguidos pelos “Bestia”, vulgarmente chamados pelos humanos de monstros e “Vajras”, com uma quantidade muito inferior aos outros dois.
    Mas o pior aconteceu: Daikage despertou. Mas estava muito fraco, não conseguia romper a barreira que o mantinha preso no fundo santuário, e mesmo se conseguisse, não sairia com vida do oceano Abissal.  Ele provavelmente espera os dias passarem para recompor sua energia mágica e nada mais. O que fará ao conseguir sair do santuário selado ainda é um mistério.
    O despertar do “Ser das trevas” não foi de conhecimento dos humanos. Apenas os Vajras ficaram sabendo do fato, já que são uma raça muito sensível à magia. Assim, um ataque solitário de Daikage, com suas energias minimamente recuperadas, seria mais do que o suficiente para acabar com pelo menos metade de Alufina, no caso, os continentes de Elfera e Krizmald. E era no continente de Elfera que estava localizada a árvore Gaia, a vila Haven e talvez a única esperança de vitória contra o “ser das Trevas”.




                                        Capítulo I: A vila Haven e a garota das chamas

    A vila Haven era limitada economicamente, mas auto-suficiente. Em meses de lucro ou muita sorte podia fazer novas moradias, aumentar o leque de produtos vendidos e ainda expandir suas terras.  Quem se encarregava de organizar as atividades do local era Cherish, que herdara o lugar de seus familiares, que haviam falecido. As pessoas tinham confiança na jovem de cabelos brancos, já que esperavam que ela fizesse um bom trabalho como seus familiares fizeram. Era um exemplo de pessoa, gentil e capaz de resolver qualquer entrevero que existisse na vila.
    Contudo, Cherish ainda era uma garota de 18 anos, e como tal possuía outros interesses. Uma de suas atividades favoritas era caminhar pela floresta Brein, onde se localizava a árvore Gaia, circulada por uma área de vegetação invejada por todo mundo, um local com uma fauna rica.
    Numa de suas visitas a floresta, a jovem notou algo diferente no local. O ambiente estava tenso, as árvores balançavam loucamente, pareciam que estavam com medo. Preocupada com a situação, Cherish falou sozinha, como se pressentisse alguém observando a jovem:
    - Quem está ai?
    Sua resposta, contudo, foi uma bola de fogo vinda dos arbustos vindo em sua direção. Por sorte, Cherish viu o projétil vindo ao seu encontro e conseguiu se deslocar minimamente para não receber o impacto, mas apenas ver as chamas chegarem perto de suas pernas.
    -Não se aproxime!
    Após ouvir as palavras vindas dos arbustos, Cherish se sentiu um pouco aliviada. Afinal, provavelmente estava lidando com uma pessoa. E também surpresa. As duas criaturas que podem usar magias em Alufina são Elemental e Bestia. Ironicamente, os seres mais sensíveis à magia, os Vajra, não podem usar feitiços de forma direta.
     Vagarosamente, foi se aproximando de onde ouviu a voz, e a cada passo seu vinha uma rajada de ataques em sua direção.
    Estranhamente, nenhuma chama acertou a jovem dos cabelos brancos. Pelo contrário, parecia que o ser escondido estava errando de propósito para evitar contato com Cherish, e não feri-la. A pessoa sabia muito bem controlar suas chamas, pois estava tanto evitando o contado com a garota e não acertava nenhuma árvore ou arbusto, assim um incêndio foi evitado.
     “Não se aproxime!” Era o que a pessoa continuava gritando, cada vez mais alto. Então, a garota começou a correr e se atirou no meio da mata:
    -Não precisa ficar com medo. – Cherish sussurrou, abraçando bem forte a pessoa e envolvendo o rosto dela com os cabelos brancos.
    -Solte-me!
    Cherish observou o rosto da pessoa. Era uma garota. Seus olhos negros, profundos e seus cabelos que combinavam em tonalidade com as chamas pareceram deixar Cherish com uma impressão positiva da garota. Pelo seu olhar trêmulo parecia estar assustada. Foi quando a jovem da vila Haven abraçou a outra garota mais forte ainda:
    -Vai ficar tudo bem. Você não está sozinha.
    A garota dos cabelos vermelhos desmaiou. Ela aparentava estar cansada. Suas roupas, ou aquilo que cobria seu corpo, estavam bem gastos. Olhando para a jovem naquele estado, Cherish colocou a garota em suas costas e a carregou até sua casa. Era um caminho curto até lá, mas carregar alguém deixava a caminhada da garota franzina bem mais lenta.
    Após todo o trajeto percorrido, a noite caiu. Sorte das jovens já estarem próximas de casa. Ao Cherish colocar a garota na cama, a mesma despertou rapidamente.
    -Onde estou?- a jovem de cabelos vermelhos não parecia assustada naquele momento, e sim confusa. Talvez o sono tenha a feito relaxar.
    -Na minha casa. Você desmaiou e eu te trouxe até aqui. Eu não podia te deixar lá, abandonada no meio da floresta, e principalmente à noite! Quem sabe o que poderia ter acontecido com você?! Os Bestias costumam vagar nesse horário também.
    A garota queria muito falar algo com Cherish, seu rosto e gestos indicavam bem. Mas ela hesitava.
    -Quer dizer algo? Não precisa ter medo. Aqui, segure minha mão.
    -Eu... Posso mesmo ficar aqui? A garota finalmente começou a conversar.
    -Claro que pode, sua boba! Bom, eu sou a Cherish. Qual o seu nome?
    -Nome?... Não sei, eu não me lembro de nada!
    A garota começou a se desesperar e apertar forte seus cabelos. Mas Cherish logo acalmou a jovem de cabelos vermelhos. A garota logo ficou calma com o abraço apertado que recebera.
    -Ei, ei. Não precisa ficar assim. Não se lembra de nada mesmo?
    -Não...
    -Tudo bem. Vamos descansar então e amanhã conversamos mais. Não fará bem para nós duas ficar tanto tempo de pé. Amanhã vamos achar um nome para você, viu?
    -Sim. E obrigada por tudo. Nunca fui tão bem tratada por alguém tão gentil...
    -Poxa... Eu achando que você ia chorar e quem está em lágrimas sou eu. Fazia tempo que eu não conversava assim com alguém, agir como uma pessoa normal e não a líder de Haven. Eu é que sou grata. Por você estar aqui, eu...
    Por um momento, Cherish ficou estática, mas seu sorriso radiante mostrava sua felicidade, a outra garota estava mais confusa ainda.
    -Aconteceu algo? Estou incomodando?
    -Nada não! Bom, vamos dormir logo, deixe-me mostrar o quarto. Ah, eu deixei um pijamas em cima da cama, pode dormir com ele. Agora quem vai cair nessa cama sou eu!
    A jovem de olhos vermelhos caminhou um pouco e trocou sorrisos com Cherish antes de se despedir.   
    -Boa noite Cherish.
    -Descanse bem!
    ...A irmãzinha que sempre pedi... Zephyr, obrigada. Prometo que cuidarei bem dela.
    Enquanto isso, atravessando o oceano do Continente de Elfera, onde estava localizada a vila de Haven...
    -Capitão! A barreira de Elfera enfraqueceu novamente, nosso ataque já pode começar!
    -Muito bem, Ludwig. Só me responda uma coisa: identificou alguma forma de vida que possa nos ameaçar?- O capitão pergunta com um olhar meio assustador fixado ao seu assistente que não parava de enrolar os cabelos e mexer seus braços curtos
    -Foram identificados dois... cinco... oito seres com algum poder mágico naquele continente. Podemos presumir que todos são Elemental, já que não coloquei monstros na pesquisa, senhor Juddeca!
    -Pois bem, e qual cidade possui menos deles?
    -É uma vila na realidade. É onde a árvore Gaia está.
    -Ludwig! Prepare sua tropa para o ataque amanhã à noite!
    -Isso não é muito tempo capitão?
    -Até você chegar lá já terá caído à noite, idiota. Ou você poderá chegar antes...
    As luzes do castelo enorme se apagaram. Todos esperavam o amanhecer de um novo dia.

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